sábado, 1 de maio de 2010

senti-me desconcertada, com falta de peças, uma grande parte de mim tinha sido arrancada e levada bem para longe, não de mim, mas de outrém! senti-me incompreendida, pois falava e ninguém me entendia! senti-me livremente presa a uma pessoa que me fazia mal, que me foi matando por dentro! senti-me aliviada por ter conseguido estancar o sangue que corria do meu peito! senti-me concretizada por finalmente ter conseguido arranjar uma maneira para que a minha vida fizesse sentido!
desfarçadamente, dei uma mão ao medo que tive e agarrei a coragem com a outra, sonhei durante dias, planeei tudo até ao ínfimo pormenor! gastei todas as minhas forças, todas as minhas poupanças a reconstruir o que em tempos tinha desabado, soube que assim, de alguma maneira, eu iria ser recompensada, algo me dizia "Ariana, vale sempre a pena", eu segui a voz, a voz que me fez chegar onde estou hoje, ao ponto em que me encontro, à situação em que vivo, queria esquecer os dias que passei fechada numa sala fria e sombria a planear a morte daquilo que me viera matar.
tomei decisões importantes e momentaneas, às quais nem agora encontro razão para ter optado por elas, tive de escolher entre morrer ou viver, tive de escolher entre permanecer ou abandonar, entre muitas outras. muitas destas decisões tiveram consequencias negativas perante a minha vida, perante as minhas mudanças de estado de espirito!
hoje, quero esquecer que já sofri, quero esquecer que a minha vida já deixou de fazer sentido, um dia de cada vez vou vivendo a vida escolhi, a vida que restou de todas as minhas escolhas e opções.
"a vida é uma alucinante aventura, da qual jamais saíremos vivos"
para quê? para quê viver uma vida que não a nossa? para quê vivermos numa luta que não a nossa? para quê viver? para quê matar? para quê?!

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